terça-feira, 24 de junho de 2008

Palavras como escolha!



As notícias correm ao seu olhar, fatos e acontecimentos parecem intrigar essa garota. Na escola a única matéria que gostava era português e redação. Matemática? Só quando se tratava de gráficos e estatísticas. Assim ao chegar à adolescência e se deparar com a responsabilidade de escolher uma profissão: não teve dúvida! Só lhe restava o jornalismo: "A única matéria que ia sempre bem no colégio era Redação, sabia que trabalhar com as palavras era a minha maior vontade".


No Ensino Médio liderou a criação de um jornal para os alunos. Os assuntos eram variados, desde acontecimentos internos a descobertas científicas. A intimidade com a rotina do jornalista intrigava seus professores: "No começo era só um trabalho de escola. No 2º colegial os alunos eram obrigados a produzir durante o ano inteiro o jornal da escola. Acabei ficando na redação o ensino médio inteiro".

Estava preparada para prestar vestibular. Não sentia medo de escolher a profissão errada. Pensou em cinema, mas apenas gostava do assunto quando se tratava de criação de roteiros.
No começo teve problemas. Seu pai, advogado, não enxergava o jornalismo como uma profissão: "Para o meu pai, ser jornalista é coisa de quem não tem o que fazer. O sonho dele é que eu fosse uma advogada e que seguisse o seu caminho e de meu irmão".

Mas de personalidade forte, a estudante de jornalismo, Juliana Aguiar Carneiro, 21 anos, não desistiu de seus sonhos. Encontrou o apoio que precisava na sua mãe que sempre dizia para escolher a profissão que desejasse, independente de qual fosse.

Errou ao procurar uma Universidade próxima da sua casa: "Procurei comodidade e estrutura, não pesquisei o melhor corpo docente".

Começou seu curso na Universidade Anhembi Morumbi, excelente no seu espaço físico, mas deixou a desejar no conteúdo. Acabou se decepcionando com a universidade, mas não desistiu do curso. Assim que teve oportunidade se transferiu: "Procurei uma Universidade que me satisfizesse com conteúdo e professores capacitados. Não me arrependo de ter mudado na altura do campeonato. Na FiAM aprendi muitos mais do que três anos em outra Universidade. Mas sinto saudades dos amigos que lá ficaram".

No final do curso, o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) parece preocupar. O tema ela já tem e sabe como conduzir, mas novas experiências geram medo e insegurança.

Mas o que assusta mesmo é o mercado de trabalho. Olha os jornais e revistas e se decepciona um pouco com o que vê. Maus profissionais a desiludem. O sensacionalismo a deixa chocada e decepcionada. Mas como em todas as profissões existem os bons e maus profissionais e sabe que não quer entrar na onda dos maus profissionais.

Já decidiu em que área trabalhar. Quer fazer jornalismo literário, poder passar aos leitores sentimentos e sensações, emocionar as pessoas com seus textos e não apenas reproduzir fatos e dados estatísticos.

As causas sociais a impulsionam, expor a realidade de uma parcela da população mais carente é o que lhe da mais prazer: "Acredito nas ações civis sociais e gosto de escrever sobre isso. A solução da degradável situação que o país vive esta nas mãos do Terceiro Setor. Quero fazer parte dessa Revolução. Não quero ficar sentada esperando o assistencialismo do Governo".

Tem como projeto de vida ajudar a instituições sérias e com bons projetos e intenções: "Se cada um fizer um pouquinho a sua parte, a história do nosso país será um pouco diferente. Ajudo com o meu jornalismo algumas instituições. Sei que faço muito pouco, mas tenho como plano de vida ajudar muito mais. Mesmo assim, tenho a ciência da importância da minha contribuição. Antes pouco do que nada!".



Juliana Aguiar Carneiro

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